Por que fotografar?

Em Arte e fotografia por André M. Coelho

A fotografia tem funções diferentes em cada situação onde a pergunta do título pode ser feita. Tirando de cena o motivo óbvio da fotografia como simples registro estático de um momento, o sentimento por trás da percepção de uma imagem é que leva a fotografia para o cenários dos sentimentos.

É muito diferente olhar as fotos de família sozinho, com amigos ou com familiares. É ainda mais interessante observar as pessoas e os comentários que surgem nestes momentos. Alguns observam as mudanças de feição, as semelhanças entre os parentes ou como mudaram ao longo do tempo. Outros dão mais importância e comentam sobre os locais, as casas velhas, antigas e nostálgicas das fotos preto e branco da infância. Fotógrafos muitas vezes se perdem analisando a qualidade técnica da foto, a tecnologia usada na revelação, a iluminação e tudo mais que envolve o ato de fotografar. Isto é que torna a fotografia algo tão singular: a mesma foto gera emoções distintas que dependem de todos os fatores relacionados à foto, à data em que foi tirada, em que foi vista e de quem está ao nosso redor em cada momento. Nossa experiência ao nos reunir para ver fotos é influenciada até pelo momento de nossas vidas, que nos leva a ver a mesma imagem com outro ponto de vista.

Leia também

Gerar tanta emoção é motivo de sobra para fotografar e acredito que este deve ser o objetivo principal de tal ato! Mesmo que a emoção seja no momento de fazer a foto e se superar com imagens melhores a cada dia. Claro que existem fotos com objetivos distintos em que a emoção não deve ser empregada. Para estas fotos as técnicas de fotografia bastam, e a arte não entra em cena. Para todas as outras, quanto mais emoção for provocada ou capturada na foto, melhor! Ao fazer as suas fotos pense nisso! Observe que os grandes fotógrafos tem suas melhores fotos expressando sentimentos, emoções, pensamentos, transparência no semblante e no olhar. Em geral são expressões que duram pouco, são discretas e quase automaticamente disfarçadas em meio às reuniões sociais, mas estão lá esperando pelo seu clique!

Um exemplo clássico de que uma boa foto precisar registrar algum tipo de emoção é a premiadíssima foto da mulher afegã Sharbat Gula, tirada em 1972 pela revista norte-americana National Geographic.

Mulher afegã Sharbat Gula

Foto famosa da afegã Sharbat Gula, em 1927 e vários anos depois

Você conhece alguma foto que se encaixe na descrição acima? Deixe um comentário dizendo o que você acha!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André tem uma família entusiasta de fotografia desde a década de 70. Já passaram por diversas máquinas e tecnologias, até máquinas de slide quando foram lançadas no Brasil. Quando se mudou para Belo Horizonte, em 2009, André conheceu e atuou com amigos no audiovisual. Conheceu e morou com um produtor e cineasta em uma república, com quem aprendeu muito sobre câmeras. Hoje, André continua estudando sobre câmeras e compartilhando seus conhecimentos no blog Super Câmera.

Deixe um comentário