O que é fotografia documental?
Um estilo de fotografias que apresenta registros diretos de eventos, pessoas e lugares, muitas vezes registrando momentos históricos ou políticos importantes, a fotografia documental ganhou muito espaço nos últimos anos. A documentação visual de acontecimentos ao redor do mundo é essencial para que possamos ver um pequeno retrato do que está acontecendo ou do que já aconteceu.
O que é fotografia documental?
Fotografia documental é um termo abrangente que abrange uma ampla gama de abordagens, no entanto, o termo geralmente se refere à arte que capta um momento real, transmitindo uma mensagem sobre o mundo. Ao contrário do fotojornalismo, que se concentra em eventos de notícias de última hora, ele normalmente se concentra em uma questão ou história contínua vista através de uma série de fotografias, chamando atenção para questões mundiais difíceis ou perigosas que requerem alguma forma de ação corretiva ou política.
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Fotografia documental: história
Alguns dos primeiros exemplos de fotografia documental podem ser vistos no trabalho do fotógrafo britânico Philip Delamotte, que registrou a desmontagem do Crystal Palace em 1852 e do americano Matthew Brady, que documentou a guerra civil americana em 1861. Na Escócia, David Octavius Hill e Robert Adamson fotografou aspectos da sociedade escocesa incluindo os pescadores em Newhaven. O jornalista americano e repórter policial Jacob Riis fez importantes registros de pobreza em Nova York, como visto em sua publicação, How the Other Half Lives, 1890.
Na virada do século XX, fotógrafos como Dorothea Lange e Walker Evans capturaram imagens poderosas da sociedade americana e o número de revistas que imprimiam essas fotografias aumentou, inclusive LIFE, TIME e Vanity Fair. A câmera tornou-se cada vez mais uma ferramenta para a mudança social, com artistas explorando seu poderoso potencial para levar à reforma, em um estilo muitas vezes chamado de “fotografia documental social”. Alfred Stieglitz é considerado um pioneiro no documentário social, produzindo fotografias de rua sinceras como Steerage, 1907.
Fotografia documental durante e após as duas guerras mundiais
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, os artistas se concentraram cada vez mais na capacidade da fotografia de registrar os horrores que acontecem em todo o mundo. A violência inerente da guerra logo gerou um novo compromisso dos fotógrafos do mundo para documentar todos os aspectos da luta, desde a vida nas trincheiras até as exibições de aviões de combate cruzando os céus. Nada foi deixado escondido do olho da câmera.
Em meados da década de 1920, o artista alemão August Sander começou a trabalhar em seu ambicioso e amplo projeto fotográfico People of the 20th Century, fotografando uma seção transversal da sociedade, incluindo Handlanger (Bricklayer), de 1928. Hoje, seu projeto é visto como um poderoso documento de Alemanha no período entre guerras, variando de imagens de judeus perseguidos, ricos boêmios, soldados nazistas e artistas de circo.
Durante e após a Segunda Guerra Mundial, a fotografia continuou a ser uma ferramenta poderosa para os artistas. O intrépido artista americano Lee Miller trabalhou como artista de guerra e fotojornalista durante e após a guerra, documentando Henry Moore esboçando pessoas escondidas no submundo de Londres e publicando o livro fotográfico Grim Glory: Imagens da Grã-Bretanha sob Fogo, 1941. Após o término do guerra Miller rastreou seus amigos artistas que ainda estavam vivos, documentando-os ao lado de suas obras de arte sobreviventes, como Jean Arp, Suíça, 1947 e Paul Delvaux, Bruxelas, 1944. Ela também acompanhou tropas americanas em campos de concentração liberados na Alemanha e fez documentos angustiantes das atrocidades que ela testemunhou.
Após a Segunda Guerra Mundial, Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, George Rodger e David Chim Seymour fundaram a agência fotográfica Magnum, originalmente criada para documentar as realidades da vida pós-guerra, com membros importantes incluindo Eve Arnold e Stuart Franklin.
Fotografia documental contemporânea
A ascensão da reportagem televisiva e da tecnologia digital no século XXI significou menos necessidade de uma fotografia documental publicada. Muitos artistas que trabalham com o estilo hoje levantam questões sobre o papel do documento e exploram as fronteiras entre fato e ficção. Os retratos atmosféricos e assombrosos da fotógrafa americana Diane Arbus capturam pessoas de toda a sociedade, com foco em figuras marginalizadas. O fotógrafo britânico Don McCullin foi atraído pelas vítimas afetadas pelo conflito, incluindo os soldados em choque durante e após a Guerra do Vietnã e seu retrato angustiante de uma criança faminta em Biafra, 1968. Sebastião Salgado, brasileiro, se tornou famoso pela sua fotografia documental de trabalhadores.
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Sobre o autor
André tem uma família entusiasta de fotografia desde a década de 70. Já passaram por diversas máquinas e tecnologias, até máquinas de slide quando foram lançadas no Brasil. Quando se mudou para Belo Horizonte, em 2009, André conheceu e atuou com amigos no audiovisual. Conheceu e morou com um produtor e cineasta em uma república, com quem aprendeu muito sobre câmeras. Hoje, André continua estudando sobre câmeras e compartilhando seus conhecimentos no blog Super Câmera.
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